quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Credo

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas eu não via. Eu tinha tempo, mas eu não sabia. E eu tive amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas se passariam antes que eu entendesse o significado de todas as três. 

E agora, no crepúsculo de minha vida, esse entendimento passou para contentamento.Amor, liberdade e tempo: uma vez para que descartáveis, são os combustíveis que me movem para frente. 

E o amor, mais especialmente, minha querida. Para você, nossos filhos, nossos irmãos e irmãs. E para o mundo vasto e maravilhoso que nos deu a vida, e nos mantém de adivinhações. Com afeto, minha Sofia.Pra sempre teu, Ezio Auditore. "

Nothing is true everything is permitted.

The Creed.


-
Enquanto os homens cegamente seguem a verdade, lembrem-se... Nada é verdade
Enquanto os homens deixam limitar-se pela lei e pela moral, lembrem-se... Tudo é permitido.



domingo, 16 de dezembro de 2012

Quando mais vale a poesia

Agora pouco achei um livro que estava há tempos esquecido na minha estante...(Quando nem Freud explica, tente a poesia!)

Dele retirei o seguinte trecho:

Na ausência de música, vale a pena a poesia,

ADULTO

Aprendi a ser adulto,
E deste crime
Tenho a recompensa trágica
De andar sendo seguido pela sombra
Do menino de mim assassinado.

Álvaro Alves de Faria, "Noturno maior"

-

Auto explicativo.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Saudade de outro tempo

Acordei com uma saudade diferente... Nos versos de D2 "saudade do que vivi, saudade do que eu não vi..." Trecho que explica a sensação de saudades de outros tempos, enquanto escuto Tim Maia sempre penso que o amor eh possível. Saudades de Tim, meu avô, de raros amigos. "a poesia só espera a primavera para não morrer" Tim Maia.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mulher ideal

A mulher perfeita existe! Beethoven sabia disso, amava a ideia de idealização de sua mulher e, portanto, nunca a tivera. Tal mulher, se olharmos em sentido semelhante só modelo da pirâmide de Hans Kelsen estaria acima ainda da Constituição. Para Platão, restaria no mundo das idéias. Logo, elas existem, só não temos acesso a elas neste plano.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sobre a solidão


Sobre a solidão

Mozart foi incompreendido por algum tempo, um maestro de seu tempo com sua percepção mágica sobre a musica. Andava só com seu talento extraordinário.

Schopenhauer experimentou o sofrimento humano indo aos extremos através da solidão.
""A solidão concede ao homem intelectualmente superior uma vantagem dupla: primeiro a de estar só consigo mesmo; segundo, a de não estar com os outros. Esta última será altamente apreciada se pensarmos em quanta coerção, quantos estragos e até mesmo quanto perigo toda a convivência social traz consigo. "

Nietzsche preferiu estar só e produziu material filosófico indo muito além de seu tempo. No romance "Quando Nietzsche chorou", abdicou da companhia do bom amigo para que seu filho Zaratustra nascesse apenas da razão.

Beethoven encontrou-se sozinho após a surdez, a revolução musical com a 5ª Sinfonia. Com a surdez e o isolamento, o músico disse que conseguia escutar a 'voz de Deus' através de sua alma.

Para nós, pobres mortais, anônimos do Universo, temos que amar estarmos sós, na paz de nossa própria companhia para então passar a buscar o próximo. Grandes coisas podem surgir de um coração tranquilo consigo.

Belo

O belo não tem padrão e nem forma definida. Basta olharmos pro céu em sua bela desorganização que sorrimos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A saudade e o insight


Hoje fui tomado por um tipo diferente de saudade. Ou não, uma vez que aceito bons livros como bons amigos. Enquanto minha mente teimava em ilustrar flashes sobre temporadas passadas em relação a alguns livros... Lembrei de um fragmento em especial, tomado pela curiosidade sobre onde aquele insight poderia me levar fui atrás então do trecho para fazer nascer a ideia:

(Lembrando que estamos falando sobre Platão, no caso, a divisão entre os mundos: sensível e inteligível “das ideias”)

Segue o trecho sobre Platão do livro O mundo de Sofia,

“Com relação ao homem, Platão dizia que o corpo era o elemento que pertence ao mundo dos sentidos, mas a alma que esse corpo carrega, essa pertence ao mundo das idéias. Quando você nasce, sua alma (o molde de você) forma seu corpo e passa a habitar a terra. Então ela perde a memória do que conhecia no mundo das idéias, contudo as vezes acaba relembrando algumas coisas em dados momentos, explicando assim aquelas sensações do “algo me diz” que temos.”


Após rápida leitura, novamente voltei para minha questão de inicio (inicio na infância).

Agora vou reformular a pergunta que fiz quando criança com outras palavras.

Se somos apenas porção de matéria, poeira espacial, acidente de percursos da evolução, toda a esperança e metafísica que carregamos do passado, se somos apenas o poder de nossa razão...
Existe algo além de nossa frágil existência?
Ou criamos Deus por medo de existirmos sozinhos?
Se Platão estiver certo, então serei imortal em minha forma perfeita no plano das ideias?

Eu só sei perguntar, desde criança aprendi isso.
Agora... Rapidamente veio em mente a lembrança de um amigo querido que já não mais reside em corpo físico entre a sociedade. Lembrei agora de um questionamento de um amigo próximo que, ao notar o pranto desesperados dos amigos entristecidos, falou:

“Bem... Agora ele sabe a resposta que tanto perguntamos, quero acreditar que continuará a existir para sempre. Ele sabe a resposta agora.”

E eu...
Só sei perguntar.

Lanterna dos afogados – Paralamas do sucesso

Idealização e saudade

Tenho saudade da idealização da saudade sobre as pessoas.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Música

Do filme que estava assistindo "você gosta se música?"  Perguntou o menino.
E a garota respondeu "você gosta de respirar?". E Nietzsche pensou "a vida sem música seria um erro".

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Matutação vespertina


Matutação vespertina

"Sócrates é homem,
Deus é homem,
Portando, Sócrates é Deus."

Da mesma forma que:

"Toda generalização é burra"
Nelson Rodrigues

"A Democracia é o regime da maioria, governo eleito pelo povo."
Yuri.

"A maioria dos jovens gostam de sertanejo universitário."
Senso comum

Portanto, a maioria dos jovens são burros?

Democracia = Burrocracia?

domingo, 25 de novembro de 2012

A dificuldade em ser fiel.


A dificuldade em ser fiel.

Em um dia inteiro de domingo podemos fazer coisas que deixamos de lado pela semana ou simplesmente dormir... No meu caso tomei o dia para pensar.

Fruto da reflexão de hoje reside na questão, Porque é tão difícil de nos mantermos fiéis a algo?

Adicionei algumas variáveis em relação a alguns temas que costumo valorar:

Porque é difícil me manter fiel ao meu time, o campeão rebaixado, Palmeiras?

Porque é difícil me manter bem nos estudos? Neste ponto relaciono o aprendizado com o caminho jurídico da força.

Porque idolatrar Kant se é tão árduo e impossível o caminho do Imperativo categórico?

Porque acreditar em poucos jedis em uma terra habitada por siths?

Porque depositar confiança em relacionamentos natimortos?

Perigoso inclusive seguir nestas perguntas é.
-
Neste outro momento me veio na memória um comentário de uma senhora que dizia “Só Jesus na causa”, no entanto, não possuo intenção em ir além nesse mérito. Outros costumam defender a ideia de seguir o coração (no sentido metafísico que lembra auto ajuda, livrinhos mágicos com a receita da vida). Tem também aqueles que no Trabalho de conclusão do curso usam da ética para propor um modelo mais suave na deontologia do oficio (e porque não da vida?). Há também os que seguem a filosofia de vida de gostar de cocô de cavalo e, aliás, filosofia de vida não se discute, né?

Desconsiderando o Senhor dos mistérios, Augusto Cury e a galera da auto ajuda, o estudante de direito e filosofia e as coisas que envolvam macacos dançantes (galera do chapéu “AO POTÊNCIA!”)...

Penso que, pra tomar as rédeas de minha existência. Ou eu minto, minto, minto e depois passo a acreditar nestas mentiras ou me deixo levar por alguma metafísica, é o Ideal (equivale a Força, paz, virtudes, moral, ética, educação). Idealismo toma forma nas pessoas que acreditam e se lançam ao mundo.

Cheguei à outra palavra... Amor.
Amor pela sociedade, talvez seja isso.
Amor na esperança de dias melhores (meio clichê e sempre válido) na sociedade.

“Meu compromisso é com a Democracia. Com a REPÚBLICA!”
Obi Wan kenobi

Ou seria,
“Amo a humanidade. Não sei amar as pessoas.”
Albieri em O Clone  

TEMPUS FUGIT.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Minhas regras deontológicas


Agapé, É o amor desinteressado, é o amor pelo outro que nem nos faz falta nem nos faz bem. É o amor pelo outro, ainda que não haja nenhum benefício. Ainda que haja prejuízo. É o amor que dá e acolhe, simplesmente porque o outro precisa, na sua fraqueza. É o amor segundo Cristo ou Paulo de Tarso.
Comte Sponville

"Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal."
Kant

“Os Jedi são altruístas, só pensam nos outros.”
Anakin Skywalker

Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado
democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social,
subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que
exerce.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando
pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade;
Código de Ética e Disciplina da OAB

Ágape para quê?
Para que o outro seja feliz. Doação de si para o outro.

Mas como se purificar para que o Ágape exista?
Agindo de forma que a tua ação possa vir a se tornar uma lei universal.

E como podemos nos manter altruístas no ofício da advocacia?
O advogado tem de estar para a Justiça antes de qualquer coisa, um altruísta a favor da verdade, tal qual um Jedi para com a ordem do Universo. Guardiões da Justiça.

"Você pode estar em regra com a sociedade, o que sem dúvida nenhuma é necessário. Mas isso não dispensa você de estar em regra consigo mesmo, com a sua consciência, e essa é na verdade a única regra." Porque direito é imensamente falível, cheio de brechas e escapatórias, mas a moral não. A moral é infalível, não pode ser burlada. Diante de você mesmo e de sua consciência não há advogados inescrupulosos para limpar a sua barra, não há recursos nem prescrição, não há como forjar provas, não há como ficar foragido. Por isso é a moral única regra autêntica.
Raul Nepomuceno

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Engenheiros d Hawaii – Somos quem podemos ser

Minha metafísica

Tema do meu TCC de Filosofia, "O céu estrelado acima de mim; e a lei moral dentro de mim." Kant equivale ao Código Jedi que também sigo.

Qualquer crença reside no mundo das idéias, ideal metafísico. Portanto, obra da sua imaginação, a valoração de tais pressupostos cabe a você e, sobre isso, não vale a pena discussão.

Faça ou não faça, não há tentativa. 
Mestre Yoda.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ponto seguro

"O mundo, embora diferente, segue com as mesmas intenções de sempre. Não há muita novidade no que move o mundo: o desejo por sobrevivência, por poder, por dinheiro, por amor, por atenção, por respeito, por afeto, por admiração, enfim, por felicidade... No final das contas, na ponta do lápis, qual será a diferença, no cerne, entre a minha vida (ou a sua vida), quando terminar, e a vida de um homem m
ediano ou de uma mulher mediana que viveu há duzentos anos ou há dois mil anos, em qualquer ponto desse planeta?"

O rio que escorre de Raul Nepomuceno.

Para mim, apesar do devir universal, o fluxo constante de todas as coisas que movimenta a vida sempre pra frente, volta e meia estacionamos em algum ponto... lembrando o eterno retorno de Nietzsche. Mais uma vez a mesma questão que outrora roubou minha curiosidade nos tempos de criança vem a tona novamente e... o que aprendi com todo esse tempo? Não sei. Apesar da mutabilidade das coisas ser universal, existe um ponto que sempre retornamos. Talvez, quem esteja no meu comando continue sendo o questionador mirim que perguntava sobre o paradeiro do falecido avô...

sábado, 10 de novembro de 2012

Primeiro beijo


"Quando dei meu primeiro beijo, senti uma mágica...
Não sabia explicar o porque...
Meu corpo e coração estavam em festa enquanto escutava accidently in Love
E foi assim."


As coisas que mais me fazem lembrar ou me aproximar de minha primeira lembrança (da festa sensorial que tive ao provar a maravilha de um beijo de quando nutrimos carinho pela próxima), é justamente ai que reside a esperança do amor e da boa relação.

Como um ideal, jamais chegaremos, todavia, quanto mais chegamos perto, melhor nos tornamos.

Ainda existem princesas no mundo, sei disso!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Scentio


Scentio

A despedida

- Meus amigos. Foi um ano duro. A escolha sempre está em nossas mãos, o ser ou na ser. Escolhi o caminho mais duvidoso, pois as perguntas em mim não se aquietam. Alguns aqui pediram para que eu ficasse. Poderia estar vivendo a alegria compartilhada junto de outro alguém e mesmo assim preferi ir atrás da bebida púrpura.

Um brinde aos amigos que possuem o dom de me fazer sorrir. Carregarei uma pitada de vocês na forma de ídolos.

Então todos brindam junto com o discursador emocionado.

Um abraço coletivo e vivam bem a Primavera de suas vidas.

- O momento é de decisão e o mundo não acabou – Neste momento alguns riem e outros simplesmente ignoram o comentário. – Vivam bem. Amem a si e só então vá ao encontro do próximo... Sei que estou demorando com meu discurso, mas, tem de ser assim, caso contrário, não estarei sendo sincero comigo e, por conseguinte, com vocês.

O tempo voa e eu vou atrás da bebida púrpura, não aguento mais viver com o mundo de possibilidades e aventura que se passa em minha mente e eu aqui sem fazer nada...

...

domingo, 4 de novembro de 2012

Ideal

Ideal

Porque acreditar?

Acredito no ideal democrático na Republica (jamais será alcançado mas a medida que nos aproximamos, a sociedade melhora),

Acredito no amor (mesmo que o mundo tenha deixado de ser romântico, onde pessoas agem de má fé ferindo a confiança do próximo. O que não me faz morrer me torna mais forte. Disse Nietzsche e concordo.)

Acredito na força (mesmo com a ordem Imperial determinando o extermínio dos guardiões da Justiça Galática, onde existe jedi, existe esperança. "Após minha partida, ultimo jedi voce será." Yoda para Luke.),

Fato é que precisamos de jovens aspirantes a Sócrates, sejamos parlamento, jovens sonhadores. Enquanto jovens, somos tudo que quisermos ser. Vamos acreditar, esse é o primeiro passo para o agir.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Estágio

Estágio

Com duração de um ano prorrogável por igual período. Assim é a legislação quanto ao cargo mais disputado no mundo pelos jovens estudantes, aprendizes, enfim, pessoas que queiram aprender a trabalhar com o ofício que estudam e se preparam para a vida.

Sobre o meu estágio no Tribunal de Justiça, tenho certeza que trabalhei com melhor time (me aceitaram como sou em inteiro teor), adorei cad
a segundo conversando com cada um de vocês, saio daqui com a sensação de dever cumprido (principalmente por ter contribuído na felicidade de maneira especial a cada um).

Termino este mini-discurso, pequeno em extensão, mas de imensa gratidão. Citando um professor que mora em mim, o saudoso Clóvis de Barros:
"Os happy hours deveriam ser celebrados nas segundas-feiras às oito da manhã, quando as pessoas iniciam as atividades".
Clóvis de Barros em A vida que vale a pena ser vivida.

Segui bem o ensinamento do meu amigo Clóvis e posso afirmar que cada manhã neste gabinete foi como um happy hour. Quando gostamos de algo, não é trabalho e sim happy hour. Horas felizes que tive com vocês.

domingo, 7 de outubro de 2012

Chamada aos meio termos.

Um aviso pro pessoal que fica em cima do muro na hora da votação, galera do meio termo. Precisamos da ajuda de vocês, assumam um lado (e se possivel, o lado do mais razoável, sem Garçon). Faça ou não faça, não há a tentativa, disse o Mestre Yoda ou preferem se sentirem livres e felizes na hora da morte tal como Macabéa, a meio termo da Hora da estrela da Clarice Linspector.

10,67% de abstenções,
6,304 de votos em branco - 2,53%
9,397 de votos nulos - 3,78%

É foda ter de pagar pela inércia de outros gerando atraso de 4 a 8 anos na porra da minha cidade.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O herói e a Justiça

Outro dia escutei que o Ministro Joaquim não está sendo 'herói' e sim está apenas cumprindo o seu dever. No entanto, quando vejo processos contra a prefeitura ou Governo (e são muitos), penso logo que o serviço foi comprometido, não estão fazendo o que deveriam fazer (levando em consideração a enorme quantidade de processos). Me sinto melhor quando percebo que um dos poderes ainda funciona da form
a plena, o Poder Judiciário. Tanto do juiz singular ao Ministro Joaquim, logo, acredito que sejam heróis sim, porque para julgar tantas injustiças, improbidades, atos de má fé... determinando através do bom julgamento a providência a ser tomada, acredito que sejam heróis.

Logo, escolham bem e pesquisem no google sobre os candidatos, eu já escolhi os meus, o poder está na mão do povo, demorou um bocado pra chegar o dia em que todos pudessem votar, vamos valorizar o nosso poder de decidir sobre o destino de nossa cidade, de nossas vidas.

domingo, 30 de setembro de 2012

Sob o sol de Toscana


"Tristeza é perda de tempo. É o passado atrapalhando o seu presente."

Algumas horas atrás verifiquei essa frase em um filme que passou no Telecine Touch, o nome é Sob o sol de Toscana. Após o filme resolvi pensar um pouco com um pouco mais de profundidade sobre a frase...

Não que eu esteja triste mas, pra quem é chato até pra adotar uma canção ou uma nova literatura em prol dos materiais que nos apresentam no presente momento, é complicado. Os anos passam e os momentos de surpresa, alegria de uma conversa que pode valer por ela mesma, detalhes que geram sorrisos que restam raros no presente...

Após as breves considerações, sobre as novas musicas que ocupam o palco de meus gostos musicas, sobre os novos livros adotados que restam guardados com carinho no meu armário literário do coração, as poucas pessoas que o meu corpo e espirito de oficio dedicam-se a tratar com devido carinho de oficio... Dei um ligeiro sorriso ao lembrar dos poucos agora. Mas será o suficiente? Muitas vezes prefiro habitar minha mente onde tudo é. Nasce outro problema, quando a realidade do mundo de minha cabeça começa a ocupar a esperança de que o presente pode oferecer as mais variadas surpresas.

A problemática foi lançada e continuarei pensando, no entanto, trouxe ao meu auxílio uma conhecida das filosofas da rede social, a adorada por todos que nunca leram um livro dela, Clarice Linspector.
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."

Por outra visão (esta mais pessoal ainda), poderia ser ilustrado por uma música que gosto bastante, Undiscovered - James Morrisson.

Você vê o olhar na minha cara
Você pode pensar que estou fora de lugar
Não estou perdido
Não não, só não descoberto

-

Talvez falte amor, ou aquela ideia que o amor pode tudo, talvez falte Fé pois, esta também promete bastante ou talvez falte simplesmente o entusiasmo infantil, afinal... as crianças são os maiores filósofos, os gregos certamente falariam que elas vivem a felicidade plena, a eudaimonia.

O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?
Clarice Lispector

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O tempo que deixa de ser

A verdade absoluta em que acredito é o presente. O sujeito que lutou na segunda guerra mundial mas na qual ninguem mais se lembra, ele existiu, portanto, uma verdade. A verdade é o presente.

"A esperança? A espera? A imaginação? A resolução? Só existem no presente: ou são atuais, ou não são. Amanhã? Ano que vem? Daqui a dez anos? Só é por vir porque ainda não é; só é possível com a condição de não ser real. Você pode pular paginas, ir direto ao fim do livro, andar cada vez mais depressa, pegar trem, avião, foguete... Nem por isso você vai sair do presente, nem do real, nem do tempo."

Sobre o Tempo – Apresentação a Filosofia – Comte Sponville

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Entrevista


Se você pudesse ser outra pessoa, quem gostaria de ser?



Em meio segundo o garoto sorriu e vociferou.



Em algum outro Universo... hum..



Certamente não seria magro,

nem mais claro,

nem mais estudado,

e de todas as possibilidades, só poderia ser assim, da forma que sou.



Entendo. E se pudesse amar algo com todas as forças, que fosse reciproco, quem você desejaria possuir?



Gostaria de possuir todos os dias justamente aquilo que escapa minha compreensão, que me faz tremer, que me rouba sorrisos, a vontade acima do receio para que nenhum mísero segundo seja perdido em minha vida de jovem. Portanto, não tenho muito o que reclamar, tenho tudo isso em mim. O amor maior é aquele por si, advém da responsabilidade de ser sincero consigo.



E sobre os planos de futuro, tem alguma coisa a dizer?



Em tempos passados, quando era mais jovem... desejei três coisas, sendo elas:



1. Passar de ano (estava de exame final no terceiro ano do ensino médio),

2. Que o namoro nunca terminasse e nós não brigássemos (aquele lance de primeiro amor, fui mais bobo naquela época),

3. Que meu melhor amigo japonês não fosse embora (foi viver no Japão).



Desejei em especial essas três coisas, todavia, o que ocorreu foi:



1. Reprovei em seis disciplinas,

2. O namoro acabou,

3. Meu amigo viajou.



E eu? Fiquei triste. Mas não fiquei parado. Comecei a escrever um conto sobre como as coisas poderiam ter sido através do “Ladrão de sorrisos”. Através da imaginação busco organizar minhas ações para que tudo corra do jeito que desejei...



E por isso, sobre o futuro. Tenho de buscar a felicidade a todo custo o tempo todo. Estou ocupado demais sendo feliz agora para pensar no futuro, acho que dessa forma o futuro vai ser sempre só uma palavra pois, o agora que importa. Não posso mais fugir de mim.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A moral e os Tribunais de você

Pág 19 - A moral
O que você exige de você mesmo, não em função do olhar alheio ou de determinada ameaça exterior, mas em nome de certa concepção do bem e do mal, do dever e do proibido, do admissível e do inadmissível, enfim da humanidade e de você mesmo.
Concretamente: o conjunto das regras a que vocÊ se subeteria, mesmo que fosse invisível e invencível.


A apresentação da filosofia - André Comte Sponville

-
O fundamento do imperativo e categórico de Kant de forma simplificada... ainda assim sem respostas, em mente duas possibilidades surgem de imediato. A primeira é fechar os olhos e se surgir nas duvidas dos caminhos religiosos (seja lá qual for) e a outra é tornar-se senhor de si, todas as decisões como fruto de seu próprio Tribunal (mas alerto que esse caminho é demasiado perigoso... muitos se aventuraram  e alguns se perderam, sugiro o acompanhamento de bons ídolos), este formado por alguns bons amigos, meu avô paterno, Mozart, Sócrates, Ed Kennedy (do livro "Eu sou o mensageiro") etc...

Os ídolos tem de morar com você, existir só é impossivel.

Harmonia dos contrários

Acabei de ler uma dica de Montaigne sobre a importância do sofrimento.

"É necessário aprender a sofrer o que não há como evitar. Nossa vida, como a harmonia musical dos mundos, é composta de elementos contrários e tons variados: doces e estridentes, agudos e surdos, frágeis e graves. Que partido deles tiraria o músico que gostasse de uns e renegasse os outros? "

No mesmo sentido o amigo do passa...do, Heráclito de Éfeso alertou sobre a harmonia dos contrários (Panta Rei - tudo flui).

Algumas vezes escuto comentários sobre como as coisas poderiam ter sido, como deveriam ter agido, sobre as escolhas mal feitas... é sempre bom lembrar que os erros são essenciais para formação existencial da pessoa, graças ao erro que mais acerto hoje, basta ser sincero consigo todos os dias. Sempre sendo protagonista do palco de suas existências. O que aconteceu sempre tem alguma importância (para que sirva de aprendizado para que não ocorra mais, para que se repita por muitas vezes ou alguma outra explicação) e a vida continua, enquanto restarmos como habitante do plano terrestre, podemos continuar escrevendo da melhor forma sobre nossa aventura existencial!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

1 segundo

Me perguntaram uma vez sobre o que costumo pensar quando sorrio, pois o sorriso teima em não sair de minha face. Sempre largo e exibido.

Fechei os olhos e pedi por um segundo...

Quando olhei para dentro, encontrei...

Um campo verde sob um céu azul claro onde uma brisa leve passa suavemente por três sujeitos que aproveitam o clima agradável. Os três sujeitos sentados perceberam a movimentação que chegava pelo céu e então...

Desculpa por atrapalhar o momento tranquilo de vocês, é que acabaram de me perguntar sobre o porque de meu sorriso e preciso de respostas... Disse o garoto que veio do céu.

Meu neto, apenas diga o que sinta. Você é feliz e isso basta. Falou em tom sereno o senhor de idade com vasta cabeleira branca.

Obrigado Vovô, sabia que poderia contar com você. - respondeu sorrindo o jovem.

Ahahahahaha ha ha... Apenas sorria, se tem certeza de seu bom trabalho, então tem de continuar assim. Como a minha música, posso ser um homem vulgar mas, asseguro a você que a minha música não é. - Falou com grande entusiasmo o jovem músico que vestia trajes de época e sorria sem parar.

Obrigado Wolfie, você é um grande amigo. Pra eu ser tão bom, tenho que contar com o melhor! Muito obrigado.

Então outro músico (vestindo calça jeans, camisa preta e tinha esparadrapos nos dedos da mão esquerda com designio "FATE") se aproxima e põe sua mão esquerda no ombro do jovem e diz - Nós somos o que sentimos!

Verdade Charlie, se sorrio é porque sinto e se sinto é porque existo. Muito obrigado Vovô, Wolfie e Charlie, agora posso responder a pergunta mas logo mais volto para trocarmos mais ideias! Até porque tem mais coisas que pretendo conversar com voces e outros amigos... Depois trago novos temas a serem discutidos. Até logo mais, amigos.

Os três então acenam para o jovem que desaparece...



E o segundo passa quando:

Meu sorriso não sai de meu rosto pois me amo antes de tudo, meus melhores amigos moram em mim!


sábado, 14 de abril de 2012

Alegria


“No andar de cima mora um violinista, no debaixo há outro, ao nosso lado mora um professor de canto que dá aulas, no ultimo quarto do outro lado do corredor vive um oboísta. É muito engraçado para compor! Dá muitas idéias.” Mozart escreveu esta carta quando tinha 15 anos na data de 24 de agosto de 1771, para relatar a sua irmã sobre a sua vizinhança musical e como isso o ajudava a na parte de inspiração em suas obras.

Em uma manhã com muito trabalho de sexta feira, há trabalho por toda parte, contudo, o bom humor reina entre os sujeitos. Eis que, no ápice da boa vontade, o jovem estagiário em uma conversa com informal com outro de igual categoria o convida para “tomar umas” na seguinte forma:

“Signore,

Vamos saudar os antigos deuses,

E os novos também,

Em algum lugar onde o sol possa nos tocar diretamente,

Pode ser uma praça,

Basta um copo e o vinho,

O que vale é a graça

E a companhia de bons amigos.”

Um lugar ab initio improvável para convidar a boa combinação de palavras em um conversa despretensiosa, no entanto, devido ao bom humor, tranqüilidade e a metafísica do sentir-se bem, nasceu do Universo interno um bonito convite para uma prática comum entre os jovens, o embebedar-se.

A condição geográfica assim como as pessoas em volta, Mozart e o jovem certamente fizeram bom proveito de seus ofícios associando os elementos externos para melhor aproveitamento que ocorria através do parto das ideias apenas por sentirem-se bem.

O momento em que há agitação internamente, em que todas as ideias querem nascer na tentativa desesperada de encontrar um lugar pra ganhar vida, sendo através de um texto, de ser um pensamento isolado em mente, ou seja, um lugar especial para que ela alcance o carinho de outro alguém ao recebê-las em sua forma pura.

Obras divinas feitas por Mozart e conversas informais que roubaram sorrisos através de um estagiário... A motivação que palpita, agita as pernas, anseia por muitos copos cheios de café e a musica (principalmente o Mr. Brightside – The Killers), eis uma boa sugestão para fazer outro alguém sentir-se bem, a mágia da felicidade.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

De Viva la vida a Live to win



O velho rei

Há muito tempo, existiu um rei sorridente, tinha um castelo imponente, leais súditos, sua lei era aclamada como verdade universal, possuía os mais valentes guerreiros que provavelmente dariam o sangue, a corrente de suas vidas pro querido rei. O rei gostava de lembrar de suas antigas batalhas, de seus antigos inimigos, de seus velhos amigos, de seus heróis, o rei que se considerava um veterano de guerras (embora não tenha participado de nenhuma na verdade), sentia prazer em lembrar sobre o que não aconteceu e, sentia verdadeiro amor pelo seu jardim...

O jardim e Rocky Balboa

Diziam que no jardim do velho rei (que na verdade não era tão velho assim), nascia da própria realeza interior do querido rei, dizia que quem cheirasse suas folhas, qualquer que fosse a árvore, experimentaria os mais belos aromas possíveis, caso encontrasse uma maçã, poderia sentir a sua própria existência como saber de onde veio e até o seu porque existencial, mas o que mais chamava atenção era uma planta estranha da qual apenas o rei sabia cultivar e apenas ele pudera tomar e a tal planta possui algo especial.
Um dia, seu principal vassalo chamado Balboa, procurava o rei para entreter o mesmo com suas grandes idéias sobre o que ele chamava de “filosofia de um campeão”, nesse dia ele procurava o rei pois o mesmo havia solicitado suas citações, o rei necessitava falar ao Mundo sobre suas vontades, o grande garoto era mimado pois todos o amavam. Balboa continuou sua busca no jardim proibido onde o rei jamais deixara alguém adentrar quando o mesmo estivesse em seus reais aposentos (o grande garoto costumava dizer que seu trono e seu coração se encontravam no centro do jardim), e Balboa tinha conhecimento de que cada vez que o garoto rei entrava no jardim é porque seus servos, amigos e amores não haviam sido suficientes para conter suas emoções, era o momento que o garoto se comunicava com o Mundo.

Balboa com sua boca torta e olhos caídos e sua cara de mal humorado, por diversas vezes evitara procurar em tal momento, todavia, especialmente dessa vez ele notou algo diferente. O musculoso servo viu que seu rei saiu de cabeça baixa e chorando e percebeu que o grande homem vinha em sua direção com olhar baixo. Perplexo com a situação o leal servo não pensou duas vezes e seguiu com seu suposto argumento:

-Minha mais sincera desculpa meu rei, sei que não deveria estar aqui, mas...
(Balboa)
-Você, campeão, estou cansado, o mundo lá fora me deixou muito triste hoje, nosso grande aliado nos deixou...
(Rei)
-Você é forte rei, você tem um poder imensurável, olhe para seu jardim, tão belo, e você mesmo disse que até seu mais terrível adversário disse que seu jardim nasce da tristeza e gera gentileza!
(Balboa)
-Eu não posso ser mais o rei de vocês, sou falso e fraco... O mundo lá fora é muito perigoso, não vou saber lidar com a perda.
(Rei)


-Tire o “não posso” de seu vocabulário porque agora sim você vai enfrentar o mais forte de seus adversários e vai estar sozinho, esse castelo pode desmoronar a qualquer momento e a sua bebida dos prazeres do centro do jardim vai acabar um dia e independente disso, vou estar com você, sou seu herói e guardião.
(Balboa)
-Sempre acreditei em você mas a dor é muito grande, como seu rei, ordeno que voe para longe de mim e sirva a outro rei, eu que tanto quis ser como você, quis tanto ser forte, tanto que estou sentado esperando o jardim dissipar e a primavera acabar...
(rei)
-Vou dizer apenas uma coisa antes de partir então meu rei, até o ultimo momento obedecerei o meu querido mestre e quero que escute com muita atenção porque sou parte de sua imaginação, existo para servir você e sei que confiou a mim muitas responsabilidades, sendo assim, irei dizer algumas verdades...
“Ninguém deve nada a ninguém. Você deve a si próprio”, “Não se trata do quão forte você bate, mas sim do quão forte você possa suportar os golpes e seguir em frente...".
É ASSIM QUE OS CAMPEOES FAZEM!
(Balboa)

O Rei nada falou mas olhou surpreso com as palavras de seu servo, fruto da sua imaginação criado por um outro alguém e aprisionado no jardim da eternidade de sua mente...

-Viva para vencer, outros heróis irão te acolher e quando a hora chegar, vamos reerguer o castelo e libertar a fera aprisionada, eu já libertei e você certamente vai conseguir meu filho...

E assim o rei viu seu servo se afastando e sumindo junto com o jardim mais belo de sua imaginação e juntamente do seu castelo...

O rei está sozinho...

terça-feira, 10 de abril de 2012

O dia do Curinga


- Mas pense em todos aqueles deuses: Apolo e Asclépio, Atena e Zeus, Posêidon e Dioniso. Durante muitos e muitos séculos, os gregos construíram templos caríssimos para esses deuses. Pense nas distancias enormes que tinham de percorrer arrastando aqueles, pesados blocos de mármore.

- Como você pode ter tanta certeza de que esses deuses não existiram mesmo? Pode ser que agora eles estejam desaparecidos ou que encontraram um outro povo de tão boa-fé quanto aos gregos. Mas houve um momento em que eles andaram aqui pela terra.

Meu pai me olhou pelo espelho retrovisor.

- Você acredita mesmo nisso, Hans-Thomas?

- Não estou bem certo – respondi – Mas acho que de alguma forma eles estiveram aqui na terra enquanto as pessoas acreditaram neles. Acho que a gente vê aquilo em que acredita. Por isso é que, enquanto as pessoas não duvidaram da existência deles, eles não envelheceram nem ficaram gastos ou puídos.

O dia do Curinga – Jostein Gaarder

-

A releitura é sempre interessante, todavia, quanto ao livro “O dia do curinga”, pude perceber que as palavras do autor continuam a despertar o convite a boa reflexão na forma mais pura. Literatura envolvente e que chama atenção principalmente sobre a importância do questionar sobre as coisas da vida.

“Talvez o Curinga tivesse vindo ao mundo com o defeito de ver as coisas demais e de ver todas elas em profundidade, pois enquanto o resto dos naipes estava se preocupando em viver como era de praxe cada carta se comportar, se preocupando em estudar, ir ao teatro, assistir um filme, trabalhar, comprar roupas com naipes mais bem desenhados o Curinga se dava conta do que os outros não se davam, talvez não com a mesma profundidade. Ele se dava conta de que vive.” O dia do Curinga.

Assim como no Mundo de Sofia, Gaarder chama atenção para o poder de experimentação do mundo sempre de um modo diferente e é neste ponto que o texto ganha mágica, o mundo como na visão de uma criança.

Após quatro anos desde a primeira leitura desta obra fico feliz em saber que o livro continua a me roubar sorrisos por lembrar minha missão... Ser curinga e continuar buscando sempre transformar a tristeza em gentileza.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A minha bebida púrpura


A minha bebida púrpura


“O mais interessante dessa bebida púrpura é que o prazer que ela propicia não se resume a apenas um sabor. Não, não. Esse líquido vermelho, adocicado e espumante estimula todos os órgãos dos sentidos com todas as sensações e sabores que uma pessoa pode experimentar. E tem mais: a bebida púrpura não deixa os seus gostos apenas boca e na garganta, mas em cada fibra do corpo. O problema é que não é muito saudável beber o mundo inteiro de um só gole, meu jovem. É melhor bebê-lo aos poucos, um golinho de cada vez.” O dia do Curinga – Jostein Gaarder

O autor do Mundo de Sofia descreve uma bebida na qual afirma que seria possível “beber o mundo inteiro de um só gole”, todavia, recomenda o gole moderado, vez por vez para combater o excesso. Cada pessoa possui a sua metafísica, aquilo que a faça sair do chão através da simples lembrança do momento, algo além da compreensão humana que lhe faça sentir dignificada apenas por ter sido daquela forma. Razão que se encerra nela mesma a sua condição de existir. Bebida rara de ser encontrada justamente pelo potencial desencadeado após o seu consumo.
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Eis que o jovem garoto encontra a sua fonte bebida púrpura.

Em solidariedade a grande felicidade do jovem, peço alguns versos de uma música para melhor compreensão do tema:

The Killers – Mr. Brightside ou Senhor otimismo

I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all

It started out with a kiss
How did it end up like this?
It was only a kiss
It was only a kiss

Tradução

Eu estou saindo de minha "prisão"
E estava me saindo bem
Devo, devo estar tendo uma recaída
Porque eu quero tudo de novo

Começou tudo com um beijo
Como foi terminar assim?
Foi apenas um beijo
Foi apenas um beijo
Um abraço em especial aos adoradores de bebidas púrpuras. Peço que tomem cuidado com os excessos, caso estejam viciados... Sugiro conselhos de Arthur Schopenhauer, certamente ele terá algo a comentar.



“Minha volta no tempo agora é possível.” – Diz o garoto em tom sério.

“Tem como? E pra onde voltar? Pois o tom de realidade foi dado, não é? – Responde a curiosa jovem

Os olhos do jovem brilham ao vociferar: “basta a lembrança e posso sentir o momento.”

  


NÓS SOMOS O QUE SENTIMOS.

sábado, 7 de abril de 2012

Hino à alegria


A semana chega ao fim e a mágica continua... Extensão dos momentos eudaimônicos.

Desejo a vocês a paz que sinto no fundo de minha alma.

Peço emprestado a linda música de um compositor que constrói pontes ligando as almas das pessoas.

Um fraterno abraço e Ode to Joy!


Ode À Alegria – Ludwig Van Beethoven

Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir |
O que o costume rigorosamente dividiu. |
Todos os homens se irmanam | 2X
Ali onde teu doce vôo se detém. |

Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,|
Uma única em todo o mundo. |
Mas aquele que falhou nisso | 2X
Que fique chorando sozinho! |

Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e |
Um amigo leal até a morte; |
Deu força para a vida aos mais humildes | 2x
E ao querubim que se ergue diante de Deus! |

Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Espectadores do mundo das ideias


Espectadores do mundo das ideias

Ocorreu numa noite tranqüila em uma pacata cidade distante das tormentas da capital. Término de um relacionamento, cada um pra um lado, momentos de angústia inter partes seguiriam por algum tempo. Pois bem, segue a garota rumo a terra de seus pais e convida o amigo da capital para um breve encontro na rodoviária da grande cidade. Ocorre que o encontro perdurou por breve “dois minutos”, instante que para os jovens significou uma vida inteira pela sinceridade do momento...

Enquanto a felicidade do momento reinava entre os jovens, em outro lugar, bem distante do plano terrestre, ocorria uma saudável discussão...

Esse é o meu garoto! – Falou em voz alta um senhor com cabelos brancos, camisa de botão e uma cerveja na mão.

Não ficaria tão feliz com este fato, uma vez que por percebermos o jovem tão trêmulo. Tal felicidade poderia ser quebrada muito facilmente com a negação da moça após este momento. – Exclamou em tom de advertência um senhor calvo e com olhar pesado.

Prefiro pensar que o jovem fez o que melhor que poderia. Espero que não fique zangado pela confiança que depositou no momento, até então ele estava levando as coisas na contramão, admitindo sempre que as coisas poderiam dar errado...  Estava a salvo das surpresas do dia a dia. Tomara que fique bem. – Salientou um senhor calvo com sapiência como de quem sabe realmente sobre o que está falando.

E porque acham isso? Esses dois (referindo-se ao casal) alcançaram a plenitude da felicidade. O momento eudaimonico. O belo supremo. Eros está sorrindo por eles. – Agora foi nada mais nada menos que Sócrates, o ateniense inquieto e ídolo do passado que interveio na conversa.

Meu neto está se tornando uma grande pessoa, ele apenas segue o seu coração. Pode até seguir as ideias de vocês (referindo-se aos filósofos sentados lado a lado enquanto assistem o momento dos jovens), mas, o coração que dita a sua razão de ser... – Falou o avô do garoto sorridente. – O avô ergueu o tom mais uma vez na defesa de seu neto.

O silêncio tomou lugar após o voto de defesa do avô para com seu amado neto, foi então...

Velhotes, lembrem-se do capitulo final de minha estória:

“Uma tarde, ouço o que parece ser a última batida na minha porta: é a Audrey, parada ali na minha varanda rachada.

Ela dá uma olhadinha rápida com os olhos frouxos e pergunta se  pode entrar.
No corredor, ela fecha e se encosta na porta e pergunta:
- Posso ficar, Ed?
- Claro que você pode passar a noite – mas ela balança a cabeça, e seus olhos frouxos finalmente caem. Audrey se aproxima de mim.
- Não é só esta noite. Pra sempre.”

Pois é, meus senhores, eu que fui um perdedor e consegui ao menos o que me faz me sentir feliz, a minha garota. Se for necessário ele se ferrar, deixem que aconteça, vamos ver qual de nós ele vai abraçar quando o momento chegar. – Dessa vez foi Ed Kennedy, protagonista do livro “Eu sou o mensageiro” - Markus Zusak.

Então o avô paterno do jovem, o careca mal humorado Schopenhauer, o brilhante Sêneca, o mestre do saber que não se sabe Sócrates e o jovem Ed continuaram a assistir o momento do jovem do plano terrestre.







TEMPUS FUGIT

domingo, 1 de abril de 2012

A SUPREMA FELICIDADE


A SUPREMA FELICIDADE


Os gregos possuiam um conceito bem diferente do nosso quanto a felicidade. Costumavam chamar de Eudaimonia, na visão grega, a felicidade eudaimonica ou instante eudaimonico é o momento que vale por si. A suprema felicidade. O instante acidental, o que foge de nosso controle e nos rouba sorrisos por ser daquela forma. A vida valeu por ela msm hoje, dois minutos que podem facilmente valer pelo ano todo.

Trecho extraído do livro: “A vida que vale a pena ser vivida – Clóvis de Barros e Arthur Meucci

Eudaimonia, é como dissemos, bem supremo. Soberano. A finalidade última. Aquilo que não é meio para nada porque já é o máximo que se pode pretender. É vida que vale a pena por ela mesma. Que esgotanela mesma sua razão de ser.”

No seriado Spartacus: Blood and Sand, o protagonista Spartacus é chamado a participar da campanha Romana rumo a conquistas de novos territórios. Seu clã discute sobre a melhor forma de proceder junto ao Império, discutiam principalmente sobre a melhor forma de o clã seguir existindo bem. Algum tempo depois, a esposa do guerreiro (Sura) alertou a seu amado sobre os perigos de sua participação na campanha militar dos Romanos. Afirmou que os Deuses a visitaram enquanto dormia pediu para o seu companheiro não partir a guerra, pois, “se for a guerra, estará destinado a coisas incríveis e infelizes”. Resultado disso foi a participação de Spartacus na guerra e coisas terríveis realmente ocorreram (sua esposa foi tirada de suas mãos, ele virou um escravo, matou muitas pessoas, transformou sua indignação em causa para a libertação dos escravos da tirania Romana e seu nome ecoou para sempre através de seus atos corajosos).

Ele desejou estar apenas ao lado de sua amada, entretanto, levou uma vida fora do lugar. Nas palavras de Clóvis de Barros, pode se afirmar que Spartacus não estava em seu lugar natural, não preencheu o quesito da “condição geográfica da vida boa” ainda assim, fez grandes coisas.

A felicidade não precisa ser planejada, ela foge ao controle humano e é justamente esse fato que torna as coisas mais interessantes. Vale a pena trazer a máxima de um personagem que acompanhei por um bom tempo para auxiliar melhor a boa reflexão.

“Nós somos o que sentimos.” Charlie Pace.

Alguns buscam a vida em outro lugar, outro tempo de mil maneiras diferentes a ponto de viver em outro plano, outro espaço, outra época. Condição de vida boa é buscar o ajuste geográfico e o que foge ao controle.

Um sorriso, abraço ou um beijo podem valer pela vida toda. Acidente do amor. É assim que a vida vale a pena ser vivida (Parafraseando Clóvis de Barros). 

Abracem a vida e deixem o mundo surpreender, estar de olhos fechados para as surpresas do Universo é viver estando morto, existir sem estar vivo.

quarta-feira, 28 de março de 2012



Sobre a promessa da vida eterna quando criança

Por volta de meus cinco anos de idade lembro de comentar com meus pais sobre a vontade de morrer para “ir pro céu” e conhecer os dinossauros (uma vez que assistia bastante o programa que passava no Discovery intitulado Paleomundo). Perguntava ao meu pai: “Pai, quando eu morrer vou pro céu e vou poder conhecer os dinossauros né? Deve ter uma área separada pra eles porque eles podem morder, né?” Meu pai costumava responder que tudo que já morreu vai pro céu e quanto a questão do dinossauro, não consigo me recordar a resposta ao certo, entretanto, lembro de seguir perguntando algo sobre: “Pai, já que é no Céu que mora Jesus, posso ir lá conhecer ele? Como posso conversar com ele? Ele não deve falar português.” Novamente não consigo lembrar a resposta de meu pai (possivelmente o motivo de tais perguntas tenha sido uma novela da globo que falava de vida após a morte, lembro que Antônio Fagundes participava, todavia, preguiça me rouba a vontade de ir no oráculo buscar o nome de tal novela). Algum tempo depois, meu avô paterno deixou o plano terrestre rumo a “Terra Prometida” e novamente a questão foi colocada em pauta. Dessa vez usei a variável como meu avô para questionar meu pai, uma vez que a resposta quanto a morte de meu adorável ídolo da infância foi a que ele “havia partido para o céu”. Por isso, tomado novamente pela curiosidade quanto ao plano celestial, perguntei novamente ao meu abatido pai...: “Pai, o vovô foi pro céu, né?”. Quanto a esta pergunta uma fragmentação de memória da época dita que meu pai respondeu: “Ele agora nos vigia do céu, meu filho. Esta morando perto de Jesus.” Mas tomado pelo espírito de filósofo inquieto peculiar nas crianças, segui reprisando meus argumentos de minhas perguntas outrora feitas: “Mas pai, como ele vai falar com Jesus? Será que ele vai conseguir falar com as pessoas de outros países? O vovô não sabe falar inglês...”. Nenhum pedaço de memória surge para ilustrar o que meu pai poderia ter respondido.

Todavia, alguns anos depois, agora com vinte e quatro anos, após ter conseguido uma boa dosagem de experiência de vida, filosófica, existencial, cientifica entre outros, continuo buscando acreditar nessa “ideia” da promessa da vida eterna. Que mágico seria se pudéssemos ter a oportunidade de rever nossos entes queridos (vivo comentando com meu pai que gostaria de ter oportunidade de trocar boas ideias com meu avô), assim como trocar ideias (embora continue sem “respostas” para a problemática da comunicação inter mortos) com grandes figuras do passado, tal qual Sócrates, Platão, Hume, Kant, Nietzsche e Schopenhauer (esse queria trocar muitas ideias mesmo). A melhor idade é a mais jovial, a criança é o maior filósofo de todos os tempos, suscetível em demasia quanto as surpresas do mundo, depois de anos passados de minha infância espero a cada dia que passa que o mundo me surpreenda.

A priori, só temos uma vida e que temos que aproveitar ao máximo, clichê necessário para boa vida existencial, entretanto, uso este parágrafo apenas para sugerir uma musica interessante que pode ajudar na boa reflexão: One life – James Morrison.


Em anexo segue a tradução. 



Uma vida

James Morrison

Quando eu era um garotinho
Vivia pelo momento
O mundo estava bem aberto
Eu tinha todas as escolhas
Mas tantas escolhas
Eu só não sabia o que fazer

Tudo o que tenho a dizer é esqueça isso
Se você me disser que vou me arrepender
Deixe ser como é
Porque é muito fácil dizer

Se eu soubesse ontem o que sei hoje
Onde eu estaria amanhã?
Não deixo minha alma de lado
Eu faço o que for preciso
Porque esse tempo é emprestado

Eu tenho uma vida, uma vida, uma vida
E vou vivê-la
Eu tenho uma vida, uma vida, uma vida
E eu vou vivê-la direito

Meu pai me sentou no colo
Ele disse, "Filho, chegou a hora
De começar a fazer alguns planos
Eu disse " Não, agora não"
Tantas escolhas
Eu só não sabia o que fazer agora

Tudo o que tenho a dizer é esqueça isso
Se você me disser que vou me arrepender
Deixe ser como é
Porque é muito fácil dizer

Se eu soubesse ontem o que sei hoje
Onde eu estaria amanhã?
Não deixo minha alma de lado
Eu faço o que for preciso
Porque esse tempo é emprestado

Eu tenho uma vida, uma vida, uma vida
E vou vivê-la
Eu tenho uma vida, uma vida, uma vida
E eu vou vivê-la direito

Você diz que quanto mais pensa, mais sabe o que é certo
E menos você faz o que sente por dentro
Então não vou fingir que eu sempre sei
Eu apenas sigo o meu coração onde quer que ele vá

E talvez não acerte sempre
Pelo menos estou vivendo
Porque eu só tenho uma vida, uma vida
Eu só tenho esta vida

Se eu soubesse ontem o que sei hoje
Onde eu estaria amanhã?
Não deixo minha alma de lado
Eu faço o que for preciso
Porque esse tempo é emprestado

Eu tenho uma vida, uma vida, uma vida
E vou vivê-la
Eu tenho uma vida, uma vida, uma vida
E eu vou vivê-la direito

Uma vida, uma vida, uma vida
Eu só tenho uma vida, uma vida

uma vida, uma vida, uma vida
E vou vivê-la
Eu tenho uma vida, uma vida

Quando eu for um homem velho
Espero estar na minha cadeira de balanço
Sorrindo pra mim mesmo
E dizendo para minha garotinha, você só tem uma vida
Então tenha certeza que está vivendo direito