A minha bebida
púrpura
“O mais interessante dessa bebida púrpura é que o prazer que
ela propicia não se resume a apenas um sabor. Não, não. Esse líquido vermelho,
adocicado e espumante estimula todos os órgãos dos sentidos com todas as
sensações e sabores que uma pessoa pode experimentar. E tem mais: a bebida
púrpura não deixa os seus gostos apenas boca e na garganta, mas em cada fibra
do corpo. O problema é que não é muito saudável beber o mundo inteiro de um só gole, meu jovem. É melhor
bebê-lo aos poucos, um golinho de cada vez.” O dia do Curinga – Jostein Gaarder
O autor do Mundo de Sofia descreve uma bebida na qual afirma
que seria possível “beber o mundo inteiro de um só gole”, todavia, recomenda o
gole moderado, vez por vez para combater o excesso. Cada pessoa possui a sua
metafísica, aquilo que a faça sair do chão através da simples lembrança do
momento, algo além da compreensão humana que lhe faça sentir dignificada apenas
por ter sido daquela forma. Razão que se encerra nela mesma a sua condição de
existir. Bebida rara de ser encontrada justamente pelo potencial desencadeado
após o seu consumo.
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Eis que o jovem garoto encontra a sua fonte bebida púrpura.
Em solidariedade a grande felicidade do jovem, peço alguns
versos de uma música para melhor compreensão do tema:
The Killers
– Mr. Brightside ou Senhor otimismo
I'm coming
out of my cage
And I've
been doing just fine
Gotta gotta
be down
Because I
want it all
It started
out with a kiss
How did it
end up like this?
It was only
a kiss
It was only
a kiss
Tradução
Eu estou saindo de minha "prisão"
E estava me saindo bem
Devo, devo estar tendo uma recaída
Porque eu quero tudo de novo
Começou tudo com um beijo
Como foi terminar assim?
Foi apenas um beijo
Foi apenas um beijo
Um abraço em especial aos adoradores de bebidas púrpuras.
Peço que tomem cuidado com os excessos, caso estejam viciados... Sugiro
conselhos de Arthur Schopenhauer, certamente ele terá algo a comentar.
“Minha volta no tempo agora é possível.” – Diz o garoto em
tom sério.
“Tem como? E pra onde voltar? Pois o tom de realidade foi
dado, não é? – Responde a curiosa jovem
Os olhos do jovem brilham ao vociferar: “basta a lembrança e
posso sentir o momento.”
NÓS SOMOS O QUE SENTIMOS.
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