domingo, 17 de novembro de 2013

Viagens pela Filosofia - Escola Pré-Socrática - Parte II

Viagens pela Filosofia – Escola Pré-Socrática – Parte II

No capítulo anterior foi dado inicio as especulações acerca da escola Pré-Socrática, aliás, nome este em razão das ideias defendidas pelos pensadores da época que antecederam o pensamento socrático.  Questões sobre cosmologia e natureza marcaram o momento.

Falar, ler, ouvir sobre Filosofia soa como uma viagem no tempo. Lendo e imaginando o momento do filósofo é possível resgatar a essência do momento. Ouvir a voz do passado que continua a ecoar transmitindo saber através das eras.  Nesta esteira, podemos retornar o raciocínio sobre o tema.

Anaxímenes de Mileto (588 a.C – 524 a.C), foi aluno de Anaximandro. Filósofo Pré-Socrático que em relação a arque, diferente de seus predecessores (Tales com a água e Anaximandro com Apeíron) associou como elemento primordial o ar. Seu raciocínio baseado em observações de fenômenos da natureza tal como condensação.

“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão os deuses e as coisas divinas.”

Anaxímenes em seu livro ‘Física’

O próximo filósofo a ser lembrado é um conhecido pela multidão que em algum momento já leu sobre Filosofia ou apenas ouviu falar. Heráclito de Éfeso, um queridão das antigas.

Heráclito (540-470 a.C), conhecido como “O obscuro”, misantropo e cativante na forma de ensinar e explicar seu ponto de vista. O professor carrancudo, altivo, melancólico do passado também faz parte do time Pré-Socrático, no entanto, não acreditava em apenas um elemento como primordial na existência primeira e sim uma harmonia de contrários mais o elemento fogo. Para Heráclito, tudo era devir, derivado do grego significa “tudo flui”. A explicação do termo advém da ideia que as coisas se completam através de seus contrários. O pensamento de Heráclito é uma oposição clara a outro pensador da mesma época de nome Parmênides de Eléia (que afirmava justamente o contrário, que o Ser é imutável, elemento primordial baseado na ausência do devir), mas a relevância dessa discussão será lembrada em outro momento. Heráclito buscou inserir o homem e a natureza no todo. Logo, as transformações da Phisys (natureza) são consequências da eterna luta entre os opostos, ação e reação. Segue em anexo algumas de suas máximas com alguns comentários para facilitar ainda mais o entendimento sobre o filósofo do devir.

“Da luta dos contrários é que nasce a harmonia.”

Ora, quando o Sol se recolhe e vem a Lua é que o dia se completa.

“Tudo o que é fixo é ilusão.”

Resposta a Parmênides e reflexo de seu pensamento baseado no devir como arké.

“Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio .”

Por todas as coisas mudarem o tempo todo mesmo uma pessoa que volta a entrar num rio em que já esteve, nada será do jeito que já foi um dia (parafraseando o rei Tim Maia que ensinava como Heráclito através de poesia musical sobre o devir)

Tal pensamento nos leva a ideia do símbolo taoísta de ying e yang. O fluxo constante das coisas que mudam a todo tempo seria a unidade absoluta de nome “logos”. O elemento atribuído como responsável das transformações na natureza foi o fogo, por acreditar nas formas de manipulações do fogo. (alusão aos alquimistas.)

Para finalizar a lembrança de Heráclito, é válido trazer o entusiasta musica, que talvez sem saber, tenha ensinado através de poesia musical sobre o devir da vida. O mais legal é que essa figura é brasileira de nome Tim Maia.

Em seu ensinamento musical chamado “Como uma onda”, ensinou:
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo

Link: http://www.vagalume.com.br/tim-maia/como-uma-onda.html#ixzz2kyLvxeLE

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