quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Viagem pela Filosofia – Escola Pré-Socrática – Parte I

Viagem pela Filosofia – Escola Pré-Socrática – Parte I

Para melhor entender sobre as correntes da Filosofia, vale à pena olhar pra trás.

Dessa forma, conforme Marilena Chauí: “A Filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as coisas da natureza, os acontecimentos humanos e as ações dos seres humanos podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma.”

Esse trecho é um prelúdio para a primeira fase da Filosofia. Nos primórdios das civilizações, o conhecimento predominante era o da tradição, mitos, Deuses. Logo, explicações sobre fenômenos da natureza, a vida antiga era explicada pelos mitos. Alguns gregos insatisfeitos ousaram romper com os dogmas. Nesse sentido, o primeiro deles foi Tales de Mileto (624-558 aC) que em seus estudos buscou a arké (substância primordial, primeira da existência). Com isso inicia-se o período pré-socrático (período que antevém as ideias socráticas e não sua existência em si) dos filósofos da natureza ou cosmológico, cujo intento era buscar na natureza uma substância primeira, de modo que, ao explicar a natureza, a Filosofia também pudesse explicar a origem e as mudanças dos seres humanos. Agora é hora dos exemplos.

Tales de Mileto
Substância primordial: Água
Em razão da inconsistência intelectual acerca das explicações do Mundo sobre a causa das coisas serem os Deuses (já enfraquecidos na tradição).
Citação: “Todas as coisas estão cheias de Deuses.”
Tales afirma que o princípio de todas as coisas é a água. Aquilo de que se originam todas as coisas é o princípio delas.

Após Tales, vêm Anaximandro de Mileto (610-547 aC).

Anaximandro de Mileto
Substância primordial: Apeíron, matéria infinita da qual todas as coisas se cindem. Algo insurgido (nunca surgiu, todavia existe) e imortal.
Anaximandro pensou diferente sobre Tales quando percebeu que a água não poderia manter-se imutável quanto a Physis (natureza), pois muda de forma, evapora. Logo, formulou a ideia de Apeíron. Explica que a natureza e seus elementos sucumbem ao devir. “Tudo o que nasce um dia vai morrer. Tudo o que é quente, um dia vai esfriar. Tudo o que é grande, pode ser quebrado em pedaços menores. Fogo pode ser combatido com água, e como resultado, fogo e água deixam de existir.”
Logo, conclui que a essência de todas as coisas não pode sucumbir ao Tempo. Por isso, Apeíron, ilimitado, infinito, indefinido e eterno.



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