Vivo o período branco
Anos atrás, quando meus instintos haviam cessado, iniciei
questionamentos sobre possíveis causas acerca do silêncio e ausência de ânimus.
Teve noites que o pranto inundou meu rosto.
Pouco tempo depois, a sorte trouxe-me novamente ao mundo dos
sem companhia fixa. Meu desejo era de multiplicar-me para conhecer mil pessoas
de uma vez, estar acompanhado de outras cem e, se possível, dormir com todas
elas.
Minha mente estava a mil, meu sentidos gritavam de agitação
e o coração restava ausente. Foi possível experimentar os limites, da calma a
euforia. No entanto, a ausência de afeto, carinho, adoração por outro alguém
começou a ganhar força novamente. O Rei
é jovem, o mundo é seu, o jardim é belo... Mas a jovialidade é passageira e é difícil por demais ter de arrumar o jardim diante de tantas festas.
Agora, o Rei encontra-se bem acompanhado novamente, com
coração tranquilo e mente sã. Todavia, bate o leve receio das duvidas
existenciais de outros tempos. Música e dúvida se complementam (texto
acompanhado de Veridis quo – Daft Punk).
“Hegel julgava que a vida é feita para realizações e não
para a felicidade. Ele denominava os períodos
de felicidade como páginas em branco porque são períodos de harmonia.”
Retirado da revista “Grandes temas do conhecimento,
Filosofia” Nº15
Hegel me acalmou.
Agora posso seguir, qual seria o próximo passo?
Levar uma vida fora do lugar? Claro que não. Já possuo
companhia, agora é pegar a estrada e partir pra terras mais geladas!
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