Viagens pela Filosofia – Escola Pré-Socrática – Parte II
No capítulo anterior foi dado inicio as especulações acerca
da escola Pré-Socrática, aliás, nome este em razão das ideias defendidas pelos
pensadores da época que antecederam o pensamento socrático. Questões sobre cosmologia e natureza marcaram
o momento.
Falar, ler, ouvir sobre Filosofia soa como uma viagem no
tempo. Lendo e imaginando o momento do filósofo é possível resgatar a essência
do momento. Ouvir a voz do passado que continua a ecoar transmitindo saber
através das eras. Nesta esteira, podemos
retornar o raciocínio sobre o tema.
Anaxímenes de Mileto (588 a.C – 524 a.C), foi aluno de Anaximandro.
Filósofo Pré-Socrático que em relação a arque, diferente de seus predecessores
(Tales com a água e Anaximandro com Apeíron) associou como elemento primordial
o ar. Seu raciocínio baseado em observações de fenômenos da natureza tal como condensação.
“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as
que foram e as que serão os deuses e as coisas divinas.”
Anaxímenes em seu livro ‘Física’
O próximo filósofo a ser lembrado é um conhecido pela
multidão que em algum momento já leu sobre Filosofia ou apenas ouviu falar.
Heráclito de Éfeso, um queridão das antigas.
Heráclito (540-470 a.C), conhecido como “O obscuro”, misantropo
e cativante na forma de ensinar e explicar seu ponto de vista. O professor
carrancudo, altivo, melancólico do passado também faz parte do time
Pré-Socrático, no entanto, não acreditava em apenas um elemento como primordial
na existência primeira e sim uma harmonia de contrários mais o elemento fogo. Para
Heráclito, tudo era devir, derivado
do grego significa “tudo flui”. A explicação do termo advém da ideia que as
coisas se completam através de seus contrários. O pensamento de Heráclito é uma
oposição clara a outro pensador da mesma época de nome Parmênides de Eléia (que
afirmava justamente o contrário, que o Ser é imutável, elemento primordial
baseado na ausência do devir), mas a
relevância dessa discussão será lembrada em outro momento. Heráclito buscou
inserir o homem e a natureza no todo. Logo, as transformações da Phisys (natureza) são consequências da
eterna luta entre os opostos, ação e reação. Segue em anexo algumas de suas
máximas com alguns comentários para facilitar ainda mais o entendimento sobre o
filósofo do devir.
“Da luta dos contrários é que nasce a harmonia.”
Ora, quando o Sol se recolhe e vem a Lua é que o dia se
completa.
“Tudo o que é fixo é ilusão.”
Resposta a Parmênides e reflexo de seu pensamento baseado no
devir como arké.
“Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio .”
Por todas as coisas mudarem o tempo todo mesmo uma pessoa
que volta a entrar num rio em que já esteve, nada será do jeito que já foi um
dia (parafraseando o rei Tim Maia que ensinava como Heráclito através de poesia
musical sobre o devir)
Tal pensamento nos leva a ideia do símbolo taoísta de ying e
yang. O fluxo constante das coisas que mudam a todo tempo seria a unidade
absoluta de nome “logos”. O elemento atribuído como responsável das
transformações na natureza foi o fogo, por acreditar nas formas de manipulações
do fogo. (alusão aos alquimistas.)
Para finalizar a lembrança de Heráclito, é válido trazer o
entusiasta musica, que talvez sem saber, tenha ensinado através de poesia
musical sobre o devir da vida. O mais
legal é que essa figura é brasileira de nome Tim Maia.
Em seu ensinamento musical chamado “Como uma onda”, ensinou:
Nada do que foi seráDe novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Link: http://www.vagalume.com.br/tim-maia/como-uma-onda.html#ixzz2kyLvxeLE
