sexta-feira, 26 de julho de 2013

De Roger Federer à Anderson Silva

De Roger Federer

Em 2011, o maior campeão da era aberta do tênis, suíço Roger Federer vivia um dos piores momentos em sua carreira. O tenista acostumado a estar no topo ficou sem ganhar título por mais de dez meses. Em relação as suas derrotas, foram atribuídas diversas causas. Alguns disseram que ele estava velho (beirava os 30 e para o tênis, é uma idade complicada), outros destacaram que seu estilo de jogo não assustava mais comparado a energia dos mais jovens (Rafa Nadal, Djokovit...), a mídia chegou inclusive a questionar se não era o momento da aposentadoria.

Se Federer fosse brasileiro, teria sido esculachado (imaginemos o cenário nacional em que o tênis seja a preferência popular), ele poderia não ter se reerguido (como será explicado adiante)...

Em 2012, bastou alguns meses para que o "velho" Federer conquistasse alguns títulos para a mídia o chamar por seu nome, Lenda. Voltou a vencer não apenas ATPs, venceu o mais clássico dos Slams, Wimbledon consagrando o seu 17º Grand Slam e batendo o recorde de Pete Sampras com o maior número de semanas no topo do ranking do tênis (juntando alguns anos anteriores mais grande parte de 2012). Sem contar com o segundo lugar nas olimpíadas onde foi vencido por um inspirado Andy Murray em Londres.

Como grande fã de tenis, tive orgulho de poder dizer "estou vivendo a era Federer". O campeão voltou!

Porém, no cenário atual o rei passa por problemas novamente. Agora com 31 anos, os boatos de aposentadoria retornam. Acredito que o suíço ainda consiga surpreender o mundo mais uma vez. Assim como o que Anderson Silva irá fazer novamente no mma...


À Anderson Silva

O ano era 2006 quando a promessa brasileira bateu o antigo campeão dos peso médio do UFC. Anderson Silva venceu Rich Franklin. De lá pra cá, foram muitas alegrias.O campeão brasileiro, diferente do suíço, venceu com mais facilidades suas lutas. Anderson no decorrer do tempo, conseguiu feitos incríveis. Em seu brilhante cartel, subiu de categoria por tres vezes vencendo seus oponentes de forma contundente. Humilhou inclusive os dois grandes nomes (sendo estes lutadores do Hall da fama do UFC). Humilhou Forrest Griffin e aposentou Stephan Bonnar. Finalizou Dan Henderson que foi campeão de duas categorias diferentes do Pride e do Strikeforce. O homem nasceu pra lutar e dar show. Assim foi feita a fama do Spider, um campeão que todo brasileiro gostaria de ter, campeão no mma. No ritmo "Spider" de ser, quando boatos sobre aposentadoria eventualmente surgisse, tal ideia era seguida de grandes lutas para marcar o momento que seria certamente um marco no legado de Spider e, por conseguinte, da própria história do mma e do UFC (até então foi cogitado várias super lutas, ora contra Jon Jones, ora contra Saint Pierre).

Em 2013, poucas semanas atrás, Anderson sofreu seu primeiro revés desde o ingresso no UFC. Weidman, americano, novo, invicto e promessa desbancou Spider. E o povo brasileiro condenou o campeão dançarino, muita gente aposentou Spider. Surgiram uma nação de comentaristas experts no assunto sendo a maioria deles com a mesma opinião.

Alguns deles estão certos, Spider tem 39 anos (mais velho que ele só lembro de Dan Henderson com 42 que continua a lutar em bom nível). Certamente errou em subestimar o lutador mais novo, pagou o preço. Todavia, o que campeão suíço e o campeão brasileiro tem em comum?

A vontade de vencer e o talento pra isso. Um nasceu pra jogar tênis de seu modo (mesmo com o backhand fraco) e o outro possui talento sem igual pra lutar (mesmo dançando de guarda baixa). Dois campeões que dão show, cada qual com sua maneira.

Ninguém deve ser juiz quando o assunto são campeões gênios.




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