quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Maravilhas de meu mundo



Maravilhas de meu mundo

Momentos antes de adormecer,  fui assolado por pensamentos mutantes e, por estes possuirem vida emergencial (nascem e morrem quase que ao mesmo tempo) resolvi dar vida a um deles. O que mais me interessou diz respeito aos supostos atrasos da vida (em relação ao prolongamento exarcebado em minha instituição de ensino superior em um curso no qual todos sabem de meu desgosto). Tomado pelo leve desespero, busquei uma razoabilidade para não ser levado a acreditar que todo este tempo foi em vão.

Neste sentido, lembrei de minha sexta série em meados do ano 2000 (salvo engano, a parte de datas não interessa tanto), neste ano ocorreu meu primeiro ‘atraso’, fiquei de recuperação e quase reprovei (precisava de 70 em matematica e tirei 69, me passaram. Sou um cara legal e tinha a prerrogativa de ser criança). Uns anos adiante, novamente encarei mais ‘atrasos’, desta vez no primeiro ano do ensino médio, mas nesse ano reprovei mesmo (fiz aquelas provas de final de ano , vulgo “Padre Moretti”) e mesmo assim não passei (reprovei em mais de uma, ou duas...). Resultado disto, fui parar no colégio das irmãs, o famoso IMA (Instituto Maria Auxiliadora), lá desenvolvi novas habilidades sociais tal como conversar bastante, fazer aeroportos de aviões de papel, dormir em sala de aula, fingir atenção na sala de aula, além de outras provenientes da idade (o amor sem limites do adolescente – o começo da era Boto, mas sobre isso falaremos em outro momento). O primeiro ano foi um “baque”, saí do anonimato de meu pequeno grupo social para os holofotes das primeiras câmeras digitais,  a moda jovial da época consistia em ser ‘pop’, ou seja, tirar muitas fotos perto de pessoas que tinham mais admiradores virtuais (importante também para o desenvolvimento das habilidades sociais do Boto, o simples comentário em uma foto equivale ao “visitantes recentes” na geração Orkut e a “cutucada” na era Facebook).
 Em 2005, no auge da popularidade virtual vigente na época,  era aclamado por todos e os jovens  pediam por uma foto do ângulo /yur (a tal foto de cima), o sucesso subiu a minha cabeça (to rindo alto em mente!), e, meu pai (este que apesar de ser um Julio Cesar, tem a paciência de Buda para me aturar e aceitar) falou: “Aproveita filho, este é o seu ultimo ano escolar. Dito e feito! Baguncei, não estudei, conheci novas pessoas, fiz tudo e mais um pouco (incluindo a ‘baixa do sistema de telefone do colégio). Fiz exatamente o que meu pai falou. Resultado disso foi uma fita gravando em meu boletim (na época o dvd ainda não imperava totalmente, pelo menos eu ainda fazia uso do VHS), reprovei em pelo menos seis matérias. Ou seja, mais um atraso.

Mas, me diverti, e muito!

Dando um salto no tempo, quando finalmente terminei o ensino médio no meio do ano de 2006 (passei uma boa temporada fazendo as tais provas do Padre Moretti e Interação até passar em tudo), parti para a minha temporada Shippuden (analogia a Naruto), ingressei na faculdade (FARO, que ainda me encontro até hoje mas só até o meio do ano) no curso de Direito. Uma tia de Manaus que manja de RH disse a meus pais que possuo capacidade elevada de discursar e adoro falar, logo, que seria uma boa cursar Direito. E o que eu achava sobre isso? Nada, deixei meus pais decidirem meus próximos passos mesmo nem imaginando o que viria pela frente, gosto de aventuras (apesar que eu não fazia a mínima ideia do que seria esse curso e nem pra que servia, pensamentos que perduram até os dias atuais). 
Nos primeiros dias, tive contato um grande professor que mudou minha vida (não no sentido dos crentes, do cara que faz o caralho a quatro e quando entra na igreja vira um barulhento chato), este professor me apresentou um personagem que me ajudaria nos anos seguintes, o nome de meu professor é Pedro Vicente e o personagem é Sócrates. Costumava dormir em minhas aulas (o adolescente inquieto, jogador de Ragnarok não curtia muito acordar cedo, por isso o sono em excesso pela manhã), até que em um certo dia, um terceiro também  chamado Pedro falou:

- Ei cara, porque tu não vai pra casa dormir? Pra que tu vem?

Na época, aquilo foi uma afronta ao meu comportamento mimado.

Respondi de prontidão:

- Porque tu não vai cuidar da tua vida?

Todavia, a partir daqueles tres encontros (Pedro professor, Sócrates e Pedro  aluno) iniciei uma série de reflexões sobre Porquês.

Porque curso Direito? 

Porque meu amigo tem de ir embora? (meu melhor amigo que foi morar no Japão em 2007)

Porque meu namoro teve de terminar? (namoro da época do colegial que acabou em 2007)

Porque devo fazer algo que não gosto?

As perguntas assolavam minha mente, Sócrates sorriu pra mim
.
Nesta mesma temporada (já em 2007), conheci novos amigos, novas garotas (inclusive uma que agiu de forma semelhante a sacerdotisa que ensinou as artes do Eros a Sócrates, convite a sacanagem e, oficialmente o início da era Boto).

Lembra quando falei da época do fotolog? Aquele conhecimento sobre ‘aproximação digital’ foi aprimorado no sentido de facilitar as relações sociais na era do fotolog (2005-2011), sabia de minhas limitações do momento in loco, mas, na internet, o discurso fluia, fazendo com que nascesse uma de minhas vertentes da qual adoro ser, o Boto!

Em 2008, mais experiente nas redes sociais (e até em momentos in loco), os insights me assolavam, as coisas ficaram mais fáceis através do nascimento das ideias. Não faltava argumentos, aprendi literalmente a sorrir e o sorriso passou a ser minha espada e escudo (analogia a musica Viva la vida, trilha sonora predominante em meu ser da época). Iniciei também a leitura de obras de iniciação filosóficas (leia-se O mundo de Sofia), o amor pela Filosofia nasceu num onibus da Eucatur que partia rumo a Maceió (em 2008 fui atleta da minha faculdade, fui representa-la em outras terras nos Jogos Universitários Brasileiros), foi perfeito, cada novo filósofo, cada carta enviada por Alberto (professor da Sofia), parecia que eu nunca havia vivido de fato. Após leitura dos principais gregos  (Sócrates, Platão e Aristóteles), combinei suas principais ideias junto dos gostos de uma garota na qual nutria amor platônico (que reside no mundo das ideias) e o resultado foi o nascimento de sorrisos em sua face (junto de um buquê e chocolate).
A garota, ficou tão feliz. Disse que a carta era a combinação de palavras mais perfeita que ela já havia visto. E, após alguns dias, a garota deixou um recado através do recurso digital do Orkut (o chamando testimonial).

No final desta mensagem, dizia:

... você é o Ladrão de Sorrisos. A vertente que combinou perfeitamente com o menino que “transforma tristeza em gentileza”.

Após a leitura desse livro maravilhoso, pensei:

- Assim que puder, vou começar a estudar Filosofia!

Resultado disso, iniciei o estudo de Filosofia no começo de 2009 (e tranquei o Direito).

Portanto, mais um atraso.


Ou não...

Desgastado com o curso de Direito, resolvi tentar a sorte nos numeros, ingressei em Sistemas de Informação em outra instituição. Tive dificuldades em apenas contar (muitos anos longe de números, fora que eu nunca fui tão bom em matemática ou qualquer outra coisa que envolvesse cálculos) , mas acabei me dando bem, embora por pouquissimo tempo (não tardou e voltei pro Direito). Meu fim de relacionamento com o novo curso decorreu em face de um garoto que teimou em colocar palavras em minha boca com conhecimentos equivocados sobre Platão. Achei uma ofensa, não a mim e, sim ao que professor Pedro havia me ensinado junto ao que Alberto falou em O mundo de Sofia.
Logo, mais um atraso.

Ou não...

Quando retornei ao Direito, coloquei um norte em meu caminho esburacado pelas duvidas. Resolvi que iria terminar o curso. Minha antiga turma estavam todos no ultimo período, pensei:

- Perfeito, não gostava deles mesmo.

Realmente, não dei a mínima acerca deste fato. Meu foco era o agora.

A nova turma (três períodos  a baixo da minha antiga), de imediato, notei uma garota que roubava minha atenção. Uma loira com cara de ratinho (mas no bom sentido, ela é bem bonita) e vivia rindo. Pensei:

- Ela é muita areia pro meu caminhãozinho. Mas, seria massa ter amizade de garota bonita.

De alguma forma, realmente a amizade alcançou o nivel de irmão, uma garota quem confio título de mana. Objetivo completo!

Os anos voaram acelerados e... Mesmo esta nova turma formou. Quase todos. Fui convidado pela própria loirinha, minha mana. Fiquei super feliz com a conquista dela. No momento da colação de grau ocorrida no meio do ano de 2012, ela me fitou com os olhos marejados e disse:
:
- Voce me ajudou muito. Esse canudo é teu também
.
Fiquei sem palavras, nem precisava mesmo. Um abraço falou muito mais que qualquer texto enfeitado.
Mais uma vez, fiquei atrasado.

Ou não...

Não posso deixar de mencionar um acidente de percurso, ocorrido  em 2012, em minhas aventuras pelas redes sociais, acabei por conhecer uma garota que possui o dom de me roubar sorrisos. É uma ladra e ela nem sabe disso. Estudante de direito, dedicada, perfeito exemplo de uma guardiã da Justiça conforme preceitua o Código de Ética da OAB. Por anos esperei por um encontro. E, quando finalmente aconteceu, foi como se cada segundo fosse uma vida inteira de amor. A tal felicidade eudaimônica, felicidade que vale por ela mesmo. Momento que esgota em si suas razões de ser. Paixão que renova a cada tecla digitada. Tanto que a sua idealização instalou residência em mim (sua imagem habita os jardins de meu interior junto a Mozart, o meu avô paterno, Alberto do Mundo de Sofia, Professor Pedrinho entre outras raras pessoas). Como no final do Mundo de Sofia, tornou-se ideia. Imortal dentro de mim.

O jardim de meu coração vive em festa!


Voltando aos dias de agora, posso afirmar que  meus atrasos tem uma razão de ser.SE algo fosse diferente, caso eu não tivesse reprovado, caso não tivesse tido tantas duvidas (continuo recheado de duvidas mas, agora passei a aceita-las, não fujo mais de mim), se alguma coisa não tivesse ocorrido... Sabe se lá como seria meu universo!

Não acredito em determinismo, sei que sou um pum do universo, mas, que neste planeta belo que habitamos, tanto o lado boto quanto o ladrão de sorrisos possuem suas razões neste planeta, país, cidade, meio social, vida.

O meu tempo é o agora.

Um coração motivado não adormece no amor.

Daqui alguns meses a saga do curso de direito irá finalmente acabar e novas aventuras estão por vir. Não consigo perceber nenhum atraso onde a simples lembrança de cada fato me faz sorrir. 

Um comentário:

  1. meu filho,vc nunca se atrasou,vc a cada dia se encontra mais,VC É UM SUCESSO

    ResponderExcluir