O
amigo peixe
O ano
não me recordo, mas, creio que tenha sido na virada do milênio, o ano 2000
marcou o início da amizade do homem Peixe, amigo que passou a ser Estrela.
Nossa
amizade nasceu da exclusão, naquela época o bulling costumava ser cultural,
logo, seria eu ou ele a sofrer... E foi ele a sofrer as penalidades juvenis.
Nosso grupo era unido, no entanto, costumávamos ser levado por sentimento de
manada, quando a maioria dos colegas começavam a tirar sarro do amigo Peixe, eu
acabava por acompanhar.... Tal situação se repetiu por três vezes seguidas,
fomos levados a direção escolar para recebermos a penalidade para que parássemos
de nos digladiar.
Foi
então que resolvemos conversar...
Peixe:
Já reparou que sempre é só a gente que se ferra? (e deu algumas risadas estridentes)
Eu: É
verdade, eu nunca havia parado para pensar nisso.
Peixe:
Vamos combinar de não nos xingarmos mais e ser amigos, a sala quer que a gente
brigue por besteira e sempre caímos na deles.
Eu:
Vamos, Fábio. Vou parar com essas coisas.
Então
quando a diretora chegou, eu e o amigo Peixe estávamos sorrindo, recebemos advertência
por comportamento inadequado, mas nada disso importou.... Nos tornamos amigos.
E como
são as amizades, há momentos de distanciamento, o que é natural pelas circunstâncias
da vida. No entanto, nos raros momentos em que tive a felicidade em encontra-lo,
foi como se não tivesse passado nenhum dia. Éramos sempre Peixe & Boto.
Certo período, ele
confiou a mim sobre estar depressivo por ausência de aventura, um algo a mais
para a vida. Eu como um bom amigo, tentei transforma-lo em um herói, iniciei
uma série de textos de nome “As aventuras do Homem Peixe” em que ele foi
designado para salvar o mundo da ambição do Rei Boto (sim, seríamos os
protagonistas).
O amigo partiu cedo por demais, foi ajudar outra pessoa e pagou
com a vida... Se tornou estrela, a ideia que jamais será esquecida.